Trabalhadorxs protegidxs salvam vidas
Apr 29, 2020
O coronavírus é uma ameaça mortal para xs trabalhadorxs dos serviços públicos essenciais, em especial para os nossos membros do setor da saúde
Dependemos deles para salvar inúmeras vidas, mas para que possam exercer seu trabalho, os governos do mundo todo devem, imediatamente, tomar medidas mais firmes:
Necessitamos de Equipamentos de Proteção Individual (EPIs) suficientes e treinamento para que possamos manter-nos saudáveis enquanto salvamos vidas.
Necessitamos de medidas especificas para apoiar xs trabalhadorxs da saúde que trabalharão durante longas e exaustivas horas: serviços de cuidados devem ser fornecidos a seus filhxs e a outras pessoas que dependam de seus cuidados.
Necessitamos de normas para o teletrabalho, licenças de saúde remuneradas, seguros-desemprego de emergência e, sobretudo, serviços de saúde gratuitos para TODXS.
Necessitamos de sistemas de saúde públicos adequadamente dotados de funcionárixs e recursos, bem equipados de forma a responder a emergências de saúde pública.
O atual surto de coronavírus está escancarando a necessidade vital de se contar com serviços públicos de qualidade, especialmente com sistemas de saúde públicos bem financiados, resilientes e com trabalhadorxs suficientes.
é uma questão de vida ou morte
Video
Nurse George Poe Williams watched colleagues die as Ebola killed over 8% of the Liberian health workforce. Now he has a message for governments around the world facing the #CoronaVirus: #SafeWorkersSaveLives https://publicservices.international/resources/news/coronavirus-guidance-briefing-for-union-action---update?id=10637&lang=en
"We Health Workers Must Not Become Coronavirus Martyrs" - Nurse George Poe Williams
O que podemos fazer?
Complete nossa pesquisa e compartilhe materiais, recursos e estratégias com xs trabalhadorxs e sindicatos que estão combatendo o surto do vírus,
Compartilhe histórias, fotos, vídeos e testemunhos de trabalhadorxs de serviços públicos essenciais na luta contra o vírus.
Baixe nosso pôster para pendurá-lo em seu local de trabalho ou compartilhá-lo com seus membros.
Assine nossa petição sobre Equipamentos de Proteção Individual (EPIs) e treinamento para todxs xs trabalhadorxs que necessitem.
Consulte nossa biblioteca de materiais sobre o COVID-19 para trabalhadorxs e sindicatos.
O que os sindicatos podem fazer?
Lutar pela participação ativa dos sindicatos nas tomadas de decisões dos governos, para que sejam garantidas a segurança e a saúde no local de trabalho para que se assegure que os custos desta crise não sejam assumidos pela classe trabalhadora.
Contribuir para a implementação de políticas que garantam que todxs xs trabalhadorxs, incluídos os informais e xs trabalhadoxs temporárixs ou terceirizadxs, recebam licenças remuneradas por doença e permissão para ficar de quarentena para reduzir a transmissão da infecção.
Pressionar para que as diretrizes da OIT sobre trabalho decente nos serviços públicos de emergência sejam adotadas em nível nacional, de forma a resguardar xs trabalhadorxs de serviços essenciais, assim como as Convenções 155 e 187 e as Recomendações 194, 197, 171 da OIT e o Protocolo da Convenção 155.
Defender os direitos dxs migrantes e refugiadxs como parte da resposta nacional ao COVID-19 e combater todas as formas de xenofobia e racismo.
Assine a petição para o fornecimento de EPIs
Trabalhadorxs Protegidxs Salvam Vidas! Exortamos os governos a fazer tudo o que estiver ao seu alcance para fornecer aos trabalhadorxs do setor de saúde e serviços públicos de primeira linha os Equipamentos de Proteção Individual e treinamento necessários para salvar vidas, bem como boas condições de trabalho para garantir que elxs não sejam colocados em risco indevido na luta contra o coronavírus.
Resposta da ISP ao COVID-19 - PESQUISA SINDICAL
Para proteger xs trabalhadorxs em todo o mundo, precisamos da sua ajuda para compilar informações e materiais que serão compartilhados com os sindicatos e os que estão na linha de frente. Também utilizaremos esses materiais para desenvolver nossa atuação junto a instituições regionais e globais.
CLIQUE AQUI PARA PREENCHER O QUESTIONÁRIOMATERIAIS DE CAMPANHA
SEUS DIREITOS COMO TRABALHADOR(A) DA SAÚDE
Fizemos este pôster modificável para que você imprima e compartilhe - baixe o PDF do pôster em inglês - francês - espanhol.
Diferentes formatos, traduções e downloads estão disponíveis nesta página em constante atualização.
Objetivos de nossa campanha
Objetivo imediato:
Assegurar que todxs xs trabalhadorxs dos serviços públicos, em especial do setor de saúde, tenham boas condições de trabalho e os equipamentos de proteção individual que necessitam para não correr riscos indevidos na luta contra o coronavírus.
Fomentar a solidariedade mundial compartilhando materiais e estratégias entre os sindicatos de todo o mundo para ajudar a manter a segurança de seus membros.
Compilar testemunhos dxs trabalhadorxs da linha de frente para ilustrar os desafios que enfrentamos no momento.
Pressionar os governos para que adotem medidas mais rigorosas para proteger xs trabalhadorxs, garantam a quantidade necessária de funcionárixs para a prestação de serviços de saúde e respeitem os direitos e princípios trabalhistas fundamentais.
Objetivo de longo prazo:
Construir sistemas públicos de saúde mais fortes e universais, que contem com recursos e funcionárixs suficientes e que estejam mais bem preparados para responder a futuras crises sanitárias.
Expor o custo fatal das políticas de austeridade no contexto dos atuais desafios da saúde diante do corona.
Produzir materiais de investigação para buscar tanto os testemunhos dxs trabalhadorxs como dados qualitativos sobre a resposta ao coronavírus, com o objetivo de utilizar essa base para defender o aumento de recursos e a contratação de trabalhadorxs para o atendimento básico de saúde, além da necessidade de contar com sistemas públicos de saúde mais vigorosos.
Destacar como a resposta ao coronavírus mostra a necessidade de uma forte intervenção pública que coloque a saúde das pessoas em primeiro lugar para fazer frente a desafios futuros, como a crise climática.
Para mais informações sobre o plano de resposta em longo prazo da ISP para o Covid-19, veja nossa nota conceitual da campanha Saúde Pública de uma vez por todas.
ATUALIZAÇÕES
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CLIQUE AQUI PARA VER TODAS AS ATUALIZAÇÕESContexto
A pandemia de novo coronavírus (COVID-19) coloca um desafio de proporções históricas para a humanidade. A propagação mundial do surto tem sido exponencial. E ainda assim, pode estar longe de alcançar seu pico. Estima-se que entre 40 e 70% da população mundial pode ser infectada se não forem tomadas medidas decisivas de grande alcance. Com uma taxa mundial de mortalidade estimada em 5,7%, isso significa que mais de 100 milhões de pessoas podem morrer.
Lamentavelmente, mesmo que tenham sido realizados esforços para combater "os inquietantes níveis de propagação e gravidade da pandemia”, a Organização Mundial da Saúde (OMS) também expressou sua grande preocupação pelos “alarmantes níveis de inação” que podemos observar em vários países por parte dos seus governos. Muitos governos não tomaram medidas para proteger nossas comunidades e os profissionais da linha de frente. Por exemplo, enquanto países como Dinamarca, França e Itália adotaram medidas para garantir a segurança física e o bem-estar socioeconômicos de seus residentes (incluída a remuneração dxs trabalhadorxs em quarentena em regime de licença), alguns dos países mais ricos do mundo adotaram medidas para proteger suas economias sem estabelecer as medidas adequadas de saúde e proteção social. O governo dos Estados Unidos por si só, por exemplo, comprometeu-se rapidamente a aportar até 1.5 trilhões de dólares para salvar os mercados, enquanto passaram semanas até aprovarem um projeto de lei, inadequado, para a saúde do país.
Não só as medidas necessárias em nível nacional vêm sendo inadequadas em vários casos, mas também se mostra necessária uma maior solidariedade internacional neste momento. Os países devem compreender claramente que as fronteiras não podem impedir a propagação do vírus. O caso da inação da UE no início da crise tem de ser um claro exemplo de políticas mal executadas, para que não seja repetido.
Alguns dirigentes mundiais estão reacendendo a chama do racismo e da xenofobia. Comentários como os de Donald Trump, presidente dos Estados Unidos, que descreve o novo coronavírus como um vírus “estrangeiro”, “chinês”, criam uma atmosfera tóxica de medo e desespero. Asiáticos vêm sendo atacados nas redes sociais e nas ruas da Europa e América do Norte.
Em países com instalações de testagem de laboratório limitadas, os mais ricos “preocupados” vêm assediando os médicos com demandas de testes privados, assim como “infusões intravenosas de vitaminas e minerais para reforçar seus sistemas imunológicos”. Entretanto, a riqueza não deve ser a base das testagens ou do acesso ao tratamento. Os governos devem garantir o acesso universal aos testes e aos tratamentos para uma resposta eficaz.
Xs trabalhadorxs do serviço público, em particular do setor de saúde, estão suportando a maior parte da resposta ao COVID-19, enfrentando circunstâncias que estão sendo comparadas com “uma guerra mundial”.
Anos de privatização e medidas de austeridade deixaram as unidades de saúde pública sem financiamento e sem profissionais suficientes. A pandemia de coronavírus revela a profunda crise das políticas neoliberais e o fracasso negligente dos governos na adoção de medidas necessárias para alcançar os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS). Não podemos resolver essa crise com medidas que exacerbam sua propagação. Necessitamos de uma resposta massiva e impulsionada pelo público.
A maior tragédia é que já deveríamos ter aprendido isso. A ISP e nossas filiadas estiveram na linha de frente na luta contra o ebola há somente cinco anos. Vimos quão vulneráveis são os sistemas de saúde de nossos países. Fizemos um chamado para que os governos aumentassem o financiamento, os recursos e os funcionários do setor.
Em 2016, a Comissão de Alto Nível sobre Emprego no Âmbito da Saúde e o Crescimento Econômico das Nações Unidas (da qual a ISP é membro) apontou que “com o surto de ebola na África Ocidental, vimos como a inação e a falta crônica de investimentos podem comprometer a saúde humana e também provocar graves reveses econômicos e sociais”. Os investimentos em trabalhadorxs da saúde foram identificados como “a primeira linha de defesa com as crises sanitárias internacionais”. Foi pedido aos governos que flexibilizassem as medidas de austeridade em favor de políticas de expansão fiscal, dando prioridade ao investimento na criação de empregos para fortalecer os sistemas de saúde e cobrir o déficit previsto de 18 milhões de trabalhadorxs da saúde em 2030. A Comissão foi clara na mensagem: “seguir como foi feito até hoje é insustentável”
Se essas advertências tivessem sido atendidas, estaríamos muito melhor preparados para esta crise.
O diretor-geral da OMS, Dr. Tedros Adhanom Ghebreyesus, advertiu em fevereiro que o mundo poderia estar perigosamente mal preparado para a próxima pandemia. Assinalou que “durante muito tempo, o mundo operou em um ciclo de pânico e negligência”, e acrescentou que os governos “gastam dinheiro com um surto, e quando ele acaba, nos esquecemos dele e não fazemos nada para prevenir o seguinte.”
Esta pandemia deve ser uma chamada de atenção nos líderes mundiais. Colocar o lucro acima das pessoas prejudica a forte ação pública que necessitamos para responder às crises epidemiológica e climática e enfrentar a desigualdade mundial.